Hoje é Natal, nesta manhã as crianças costumam acordar cedo para aproveitar os brinquedos que ganharam na noite de ontem... Na minha infância era um pouco diferente, mas a emoção acredito ser a mesma! Na minha época, como dizia os meus avós, a coisa acontecia de forma diferente. As crianças dormiam cedo na véspera de Natal na expectativa de acordar com um brinquedo ao seu lado ou embaixo da cama, as meias na janela faziam parte da fantasia do Papai Noel.
Lembro de acordar cedo e correr para a rua esperando encontrar os amigos da vizinhança para iniciar as brincadeiras com os carrinhos que ganhara e ver o que eles haviam de novidade também. Era uma festa só! Busca pelo cordão mais bonito para amarrar e puxar aquele brinquedo novo, era o máximo para mim. Uma grande alegria, coisa de menino.
Lembro de um trem muito grande que ganhei, era de plástico rígido, eu tinha nove anos. Logo percebi que estava com um grande problema, aquela coisa não queria ser puxada por um cordão... logo virava nas curvas, nas mais suaves curvas e pimba, estava tombado. Acho que o nosso setor de engenharia resolveu o problema colocando um peso sobre ele ou dentro dele - isso quando já não era mais um brinquedo novo. Os nossos pais pareciam querer que os brinquedos durassem o ano inteiro...
E era assim em muitas famílias. Os brinquedos mais sofisticados da época, bastava serem movidos a pilha para serem enquadrados nesse rol, tinha o alto do guarda-roupa como destino da maior parte do seu tempo. Não liberavam para as brincadeiras do dia-a-dia: pelo consumo das pilhas e para evitar o seu desgaste ou quebra. Eu nunca ganhei nada desse tipo, nem os meus irmãos mais velhos. Mas o meu vizinho ganhou um carrinho muito interessante. Era um conversível vermelho com um casal, ele ao volante e a mulher com uma câmera fotrográfica (de mentirinha) nas mãos... quando ligado, o carro se movimentava para a frente, dava uma parada e a mulher fotografava a paisagem! O flash disparava e o carro voltava a se movimentar novamente... seguia-se outras paradas... até que alguém da casa (real) ia e desligava o brinquedo, acabando com o babado da gente. O carro havia sido dado de presente pelo padrinho desse meu amigo e deve ter durado muitos anos...
Aquilo ficou gravado na minha mente, todo o fato... desde a existência de um briquedo "inteligente" até o ritual de seu uso.
O bom mesmo era brincar de carros de latas... feitos por nós mesmos e em nossos quintais! Latas de leite ninho eram recheiadas de areia molhada, ser molhada fazia a diferença. Fazia-se um furo na tampa e outro no fundo da lata, oríficios por onde passava o arame que serviria de apoio para puxar aquela engenhoca... verdadeiros tanques de guerra... Mais de uma lata podia ser agragada à outra, aumentando a força no puxamento. E o barulho que aquilo fazia quando rolava pela calçada? Uma graça, só experimentando para saber a real sensação que aquele brinquedo nos proporcionava. E a roda empurrada por um arame grosso, curvado na ponta final? E o simples empurrar pneu com cabos de vassoura ou dando tapas com as mãos? Velhos tempos que nenhum Papai Noel nos devolve mais...
É isso, velhas lembranças de velhos hábitos que foram vividos. Não pegamos dengue nem outra doença dessas que alegam hoje, acho que porque o nosso organismo tava ligado... não vacilava, não dava mole como dizem por aí. Bom, até outra. Fiquem com Deus!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
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